10D e 11E em peddy paper literário na cidade do Porto

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10D e 11E em peddy paper literário na cidade do Porto

As turmas 10.ºD e 11.ºE do Agrupamento de Escolas de São Bento, Vizela, realizaram uma visita de estudo ao Porto, no âmbito da disciplina de Português, com paragens pedagógicas nos Jardins do Palácio de Cristal e no Museu Interativo World of Discoveries. A atividade foi dinamizada pela professora Andreia Soares, com a colaboração dos professores Miguel Araújo (Área de Expressões e Área Sociocultural), Raquel Oliveira (Educação Inclusiva) e Rogério Carvalho (Informática).

Integrou objetivos didático-literários, culturais e exploratórios, promovendo a aprendizagem em contexto real e interdisciplinar. A visita teve como principais finalidades:

– Assinalar os 500 anos do nascimento de Luís de Camões (1524 ou 1525 – 1580), com destaque para a epopeia nacional Os Lusíadas, inserida no Módulo 3, da disciplina de Português (10.º ano);

– Estudar a poesia de Antero de Quental (1842–1891) e Cesário Verde (1855–1886), com análise de poemas como O Palácio da Ventura, Noturno e O Sentimento dum Ocidental, no âmbito do Módulo 6, da disciplina de Português (11.º ano);

– Fomentar o gosto pela leitura e pelo contacto com o património natural e cultural;

– Desenvolver competências de trabalho em equipa, criatividade, leitura expressiva e interpretação textual.

Jardins do Palácio de Cristal: literatura ao ar livre

Nos emblemáticos Jardins do Palácio de Cristal, os alunos participaram num peddy paper literário que incluiu tarefas de leitura e escrita criativa, declamação de estrofes poéticas e descodificação de mensagens através de QR Codes. Esta atividade permitiu uma abordagem lúdica e prática à obra de Luís de Camões e aos textos dos autores oitocentistas estudados, proporcionando também o contacto direto com a fauna e a flora do espaço — pavões — num ambiente que favoreceu a curiosidade e o envolvimento dos participantes.

Os alunos organizaram-se em grupos com nomes alusivos aos conteúdos abordados:

– 10.º ano: Os Zarolhos, Os Sábios, Os Navegantes.

– 11.º ano: Poetas à Solta, Os Ideais, Os exploradores acidentais.

Após a avaliação dos desafios propostos, foram distinguidos os grupos Os Zarolhos (10.º ano) e Poetas à Solta (11.º ano), que receberam medalhas e o reconhecimento dos colegas e professores. A partilha de testemunhos refletiu o entusiasmo dos participantes:

“Dedicámos o nosso prémio ao poeta “zarolho” Luís de Camões. A atividade foi divertida, cansativa, mas interessante.” (10.º ano)


“O espaço acolhedor e bonito tornou a atividade ainda mais emocionante. Agradecemos a todos os envolvidos.”
(11.º ano)

Autores em destaque: Camões, Antero e Cesário

Luís de Camões é autor da maior epopeia da literatura portuguesa, Os Lusíadas, que celebra os feitos dos navegadores portugueses e consagra a grandiosidade histórica de Portugal no século XVI.

Antero de Quental, figura central da Geração de 70 e da Questão Coimbrã, é conhecido pela sua poesia filosófica e existencial, marcada pela angústia, pela busca de sentido e pelo idealismo. Já Cesário Verde destacou-se como precursor do modernismo em Portugal, com a sua poesia urbana, descritiva e crítica, como se observa em O Sentimento dum Ocidental, poema que oferece uma visão desiludida da cidade de Lisboa.

Almoço e exploração da Ribeira do Porto

Seguiu-se um momento de pausa e convívio junto à Ribeira do Porto, onde os alunos tiveram a oportunidade de almoçar, registar memórias fotográficas, observar embarcações típicas — como os barcos rabelo — e apreciar a paisagem ribeirinha do Douro, cruzando-se com a vibrante presença de turistas.

Museu World of Discoveries: da teoria à imersão histórica

Durante a tarde, os alunos visitaram o World of Discoveries, museu interativo e parque temático que reconstitui as rotas dos navegadores portugueses na Era dos Descobrimentos.

A visita iniciou-se com um vídeo de contextualização histórica e prosseguiu por várias salas temáticas:

– Apresentação da evolução das embarcações, desde barcos rudimentares até às naus e galeões;

– Observação de instrumentos náuticos usados na época, como a bússola, o astrolábio, o quadrante e a balestilha;

– Análise de mapas antigos, onde os alunos foram desafiados a localizar a “Ocidental praia Lusitana” (Portugal);

– Visita a uma réplica do convés de uma nau, com contacto com objetos, alimentos e práticas da vida a bordo;

– Percurso sensorial em barco por territórios como Ceuta, Índia, China, Macau e várias regiões africanas, recriando o impacto dos encontros entre culturas e realidades diversas.

No final da visita, os alunos assinaram o Livro de Honra do museu e tiveram a oportunidade de adquirir recordações da experiência.

Uma experiência que ultrapassou a sala de aula

A visita foi unanimemente considerada pelos alunos como “memorável”, “interessante” e “especial”. Para muitos, foi uma experiência que “valeu a pena” e que “gostariam de repetir”, salientando a importância do contacto com o real no processo de aprendizagem.  

“Agradecemos à direção do agrupamento e a todos os professores que tornaram possível esta experiência pedagógica, cultural e humana de elevado valor.”

Os professores destacaram o empenho, a criatividade, o espírito de equipa e a participação ativa dos alunos, reforçando o valor da aprendizagem fora da sala de aula como meio de desenvolver competências transversais e consolidar conteúdos programáticos de forma significativa.